Um laudo do Instituto Médico-Legal (IML) revelou que o corpo do idoso Dário Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, encontrado dentro de sua residência na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, pode ter permanecido no local por até dois anos. A informação foi confirmada pela 37ª Delegacia de Polícia da região, que conduz as investigações oficiais.
De acordo com o delegado Felipe Santoro, as análises periciais estão alinhadas com os depoimentos de testemunhas que afirmaram não ver o idoso há aproximadamente dois anos, reforçando a hipótese de que o corpo ficou no imóvel por um longo período.
O exame cadavérico divulgado pela polícia mostrou que o corpo apresentava tecidos moles apenas nos pés e mãos, além de partes da pele ressecadas na região das costas. Não foram detectados sinais de decomposição ativa ou presença de insetos vivos, indicando que o cadáver poderia estar ali há pelo menos seis meses e possivelmente até dois anos, dependendo do estágio de decomposição.
A descoberta aconteceu no dia 21 de maio, no bairro do Cocotá, na zona norte da cidade. Vizinhos relataram à polícia que não viam o idoso há bastante tempo. A equipe policial realizou uma busca na residência, onde encontrou o corpo em avançado estado de decomposição em um dos quartos.
Os filhos de Dário, Marcelo Marchese D’Ottavio e Tânia Conceição Marchese D’Ottavio, foram presos em flagrante pelos crimes de ocultação de cadáver, resistência à prisão e lesão corporal. Durante a abordagem, Marcelo reagiu de forma violenta, entrando em confronto com os policiais, enquanto Tânia tentou impedir a ação policial e agrediu os agentes.
Investigações indicam que os filhos podem ter mantido o corpo escondido para continuar recebendo benefícios financeiros destinados ao pai. Durante a operação, os policiais também encontraram diversos objetos novos na casa, o que reforça a suspeita de fraude.
Quanto ao estado de saúde mental dos acusados, Marcelo foi internado no Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel, enquanto Tânia foi transferida para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). A Justiça aguarda o resultado de exames de sanidade mental pedidos pelos investigadores para determinar o andamento do processo.
A causa da morte de Dário ainda não foi revelada, aguardando resultados de exames complementares realizados no IML. A investigação segue em andamento, buscando esclarecer completamente o caso.
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