Amado por uns e rejeitado por outros, o pequi — fruto de sabor e aroma intensos típico do Centro-Oeste — está ganhando cada vez mais espaço fora da cozinha regional. Motivo? A ciência começa a revelar que esse “ouro do Cerrado” pode ser muito mais do que um ingrediente tradicional: ele pode ajudar a cuidar da saúde do corpo inteiro.
Pesquisas recentes apontam que o óleo extraído do pequi tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios capazes de proteger rins, fígado e até o coração. Um estudo publicado no periódico Plant Foods for Human Nutrition mostrou que o óleo ajudou a reduzir inflamações e proteger o tecido renal de danos graves em testes com animais. Embora ainda sejam necessários estudos em humanos, os resultados animam especialistas.
Segundo a nutricionista Vivian Serra da Costa, do Hospital Municipal Iris Rezende Machado, em Aparecida de Goiânia, “o óleo de pequi mostrou potencial para proteger os rins contra toxinas e doenças metabólicas, mas é preciso cautela: ainda estamos em fase experimental”.
Mas os benefícios não param por aí. Outras pesquisas já haviam indicado que os compostos do fruto podem:
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Proteger o coração, ajudando a reduzir o colesterol LDL (o “ruim”);
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Atuar contra lesões no fígado, inclusive em casos relacionados ao câncer;
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Combater radicais livres, graças à alta concentração de antioxidantes.
O alerta dos especialistas
Apesar de tantas vantagens, os nutricionistas reforçam: o pequi não substitui tratamentos médicos.
“A fruta tem ação antioxidante e gorduras boas que favorecem a saúde vascular. Porém, por ser rico em potássio, precisa ser consumido com cuidado por pessoas com doença renal crônica”, explica Vanessa Freitas, coordenadora de nutrição do Hospital Estadual de Urgências de Goiás (HUGO).
Nutrientes poderosos escondidos na polpa amarela
Rico em carotenoides, vitamina E, fibras e minerais como potássio, magnésio e cálcio, o pequi é considerado um alimento funcional. Entre seus bioativos estão betacaroteno, luteína e zeaxantina, que ajudam na visão, na proteção cardiovascular e no bom funcionamento do organismo.
A nutricionista Gabrieli Comachio lembra, porém, que nenhum alimento faz milagre sozinho:
“O pequi é um aliado importante, mas a saúde depende da combinação de nutrientes de diferentes alimentos, não apenas de um fruto.”
Como consumir sem perder benefícios
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In natura é a forma mais nutritiva.
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Se for cozinhar, adicione no final do preparo para não perder vitaminas.
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A polpa congelada é ótima para conservar nutrientes e aproveitar o fruto fora da temporada.
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O óleo deve ser usado com moderação: no máximo 1 a 2 colheres de chá por dia.
⚠️ Atenção: o caroço é recoberto por espinhos que podem machucar se mordidos. Além disso, por ser calórico, o consumo deve ser equilibrado em dietas de emagrecimento.
📌 Resumo rápido para quem não dispensa o arroz com pequi:
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Pode proteger rins, fígado e coração;
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Tem ação antioxidante e anti-inflamatória;
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É rico em vitaminas e minerais;
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Deve ser consumido com moderação e acompanhamento profissional, especialmente por quem tem problemas renais.
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