“Golpe do motel”: quadrilha cobrava até R$ 15 mil para não expor supostas traições

Ago 27, 2025 - 15:18
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“Golpe do motel”: quadrilha cobrava até R$ 15 mil para não expor supostas traições

Uma quadrilha foi desarticulada nesta terça-feira (26) em Porto Alegre e na Região Metropolitana após aplicar o chamado “golpe do motel”, esquema de extorsão que mirava clientes de motéis acusados de infidelidade. Cinco pessoas foram presas durante a operação da Polícia Civil.

Como funcionava o golpe

Criminosos faziam vigilância em frente a motéis, registrando a entrada e saída de veículos, especialmente de luxo. Uma jovem de 27 anos era responsável por fotografar e filmar os carros.

Com as placas, o grupo acessava dados pessoais dos proprietários — informações obtidas na internet com apoio de um detento de 32 anos, preso em Charqueadas (RS) desde 2016 e com histórico de crimes graves como homicídio e extorsão.

De posse dos nomes e contatos, os criminosos ligavam para as vítimas se passando por detetives particulares. A alegação era de que haviam sido contratados para investigar supostas traições. Em seguida, passavam a chantagear os alvos, exigindo valores que chegavam a R$ 15 mil via Pix para não expor fotos ou informações aos cônjuges.

Segundo a investigação, parte das vítimas realmente mantinha casos extraconjugais, enquanto outras eram acusadas sem fundamento. Até funcionários de motéis receberam mensagens e precisaram se defender.

O impacto financeiro

Dez vítimas já registraram ocorrência. Embora o valor exigido pela quadrilha tenha ultrapassado R$ 21 mil, o prejuízo confirmado daqueles que cederam às ameaças foi de cerca de R$ 10 mil.

O delegado Eibert Moreira, do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), explicou que os criminosos atuavam em um esquema de “tentativa e erro”:

“Eles arriscavam ao acusar a vítima de traição. Se colasse, o dinheiro vinha. Se não, partiam para o próximo alvo.”

A operação

Ao todo, foram cumpridos nove mandados judiciais — cinco de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão — em Eldorado do Sul e nos presídios de Charqueadas. Celulares e documentos foram apreendidos para reforçar as investigações.

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